quinta-feira, 12 de abril de 2012

Confusão em mais um dia de greve dos operários do COMPERJ

Os trabalhadores em greve do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) fizeram uma nova manifestação na manhã desta quarta-feira no início da Rodovia Tanguá (RJ-116), uma das vias de acesso ao empreendimento da Petrobras, em Itaboraí, região metropolitana do Rio. São agora três dias seguidos de obras paradas. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Construção, Montagem, Manutenção e Mobiliário de São Gonçalo, Itaboraí e Região (Sinticom), cerca de 5 mil trabalhadores participaram do piquete. Eles pedem aumento do piso salarial em 12%, hoje em R$ 860, e vale-alimentação de R$ 300.

No início da manifestação, um grupo de grevistas chegou a atacar dois carros de funcionários da Petrobras e ameaçou os cinco passageiros, informou o delegado Wellington Vieira, da 71ª DP (Itaboraí). Ninguém ficou ferido. Os carros levavam funcionários do corpo de segurança da empresa para o complexo, por volta das 6h, quando os manifestantes tentaram impedir a passagem dos automóveis pelo piquete. Segundo o delegado, o grupo atacou os carros com chutes, danificando os veículos.

O secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores da Construção, Montagem, Manutenção e Mobiliário de São Gonçalo, Itaboraí e Região (Sinticom), Luiz Augusto Rodrigues, disse que o automóvel não respeitou o pedido dos grevistas para parar e que o motorista teria avançado com o carro na direção aos trabalhadores.
- Não incentivamos essas atitudes. A greve segue de forma pacífica, apesar do ocorrido - explica Rodrigues. - Estávamos lá para pedir para o pessoal descer do ônibus e aderir à greve. Grande parte dos ônibus encostou e o pessoal desceu.

Desde a última segunda-feira, as obras do Comperj estão paradas com a greve de trabalhadores de 24 consórcios contratados pela estatal. São cerca 15 mil empregados de braços cruzados, segundo o Sinticom. Nesta quarta-feira, funcionários do setor de alimentação do Comperj também teriam aderido à greve, provocando a dispensa de funcionários que estavam no complexo, segundo a CSP-Conlutas.

Com o piquete realizado no trevo que fica no início da Rodovia Tanguá, o trânsito ficou lento na região, com dezenas de ônibus que levariam os funcionários ao Comperj parados no acostamento da rodovia. A via também liga Itaboraí a municípios como Cachoeiras de Macacu e Nova Friburgo, na região Serrana do Rio. A rodovia é privatizada e gerida pela Rota 116.
Segundo o Sinticom, uma assembleia deve ser realizada nesta quinta-feira e outra na segunda-feira para determinar o rumo da greve. O sindicato dos trabalhadores quer que a Petrobras participe da negociação, mas a estatal tem evitado se envolver diretamente na greve.
Na terça-feira, o Sindicato das Empresas de Engenharia de Montagem e Manutenção Industrial do Estado do Rio de Janeiro (Sindemon) e o Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (Sinicon) - que representam os consórcios envolvidos na obra - mantiveram a oferta de 9% do piso salarial e vale-alimentação de R$ 280 para a data-base. Em nota, informaram que pretendem convencer os funcionários a aceitar a proposta.
Essa não foi a primeira manifestação dos funcionários por melhores salários. Paralisações parciais em alguns consórcios ocorreram em novembro, janeiro e fevereiro. No começo da negociação sindical, os trabalhadores pediam aumento salarial de 18%, enquanto que os empregadores ofereciam 8,5%.
A obra, que em seu cronograma original previa conclusão em março de 2012, agora tem como meta de finalização outubro de 2014. O Comperj é avaliado em R$ 22 bilhões.


Agência O Globo

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