sexta-feira, 27 de julho de 2012

Petrobras faz auditoria nas obras do COMPERJ e cobra atraso nas obras

O Polo que deveria ter sido entregue em 2011 acumula problemas, desde a precariedade de mão de obra a licenças ambientais

Irritada com os atrasos na construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), que não tem mais data para entrar em funcionamento, a presidente da Petrobrás, Graça Foster, determinou ao novo diretor de Engenharia, José Antônio Figueiredo, a realização de uma auditoria em todas as fases da obra.

Em reunião realizada há três semanas com executivos da Petrobrás envolvidos na construção do Comperj, em área do município de Itaboraí , a presidente demonstrou irritação com o desenvolvimento da obra, que deveria ter sido inaugurada em 2011.

Graça ordenou que o prazo para entrada em operação da primeira das duas refinarias do projeto, setembro de 2014, deixasse de ser considerado pela estatal, tanto nas reuniões do Conselho de Administração, quanto nas divulgações oficiais.

"Estamos determinando um cronograma físico o mais preciso que se possa avaliar. Não é reavaliar se vai continuar fazendo ou não. Isso não se discute, vai fazer sim, porque precisamos, sim, dessas refinarias. Eu não deixo ninguém responder (quando será a entrada em operação). Só depois dessa avaliação que o diretor Figueiredo está promovendo, da forma mais detalhada possível" disse a presidente, em entrevista na semana passada.

Antecipado pelo Estado na edição de 13 de maio passado, o novo adiamento do Comperj tem origem em fatores diversos, que incluem inoperância de parte dos 24 consórcios contratados, precariedade de mão de obra, demora das obras de infraestrutura indispensáveis (como estradas e um porto na Baía de Guanabara), greves prolongadas e dificuldades na obtenção de licenças ambientais.

Atrasos.As incertezas em relação ao complexo passam ainda pelos atrasos nas parcerias negociadas pela Petrobrás para o projeto. Um exemplo importante é o acordo firmado em janeiro de 2010 com a Braskem, para a constituição de uma sociedade responsável pelas unidades petroquímicas do Comperj.

Passados dois anos e meio, o projeto ainda engatinha. A Braskem limitou-se a informar que não participa ainda do Comperj e que não se manifestaria sobre a razão da demora da parceria.

Extraoficialmente, os custos do Comperj aproximam-se dos US$ 20 bilhões, quantia que a Petrobrás não confirma. São cerca de 15 mil trabalhadores terceirizados, em 22 consórcios. Dissolvidos em maio, os dois consórcios dos quais participava a empreiteira Delta não foram substituídos até hoje. Quatro greves gerais realizadas desde novembro do ano passado resultaram em 85 dias parados.

Terceiro turno. A tentativa de recuperar o tempo perdido faz a Petrobrás avaliar a criação de um terceiro turno de trabalho, que entraria noite adentro. O temor é de que alguns dos consórcios, especialmente os integrados por empresas de médio e pequeno portes, não honrem os compromissos trabalhistas, o que poderá deflagrar novas paralisações coletivas.

A presidente da Petrobrás é reticente ao falar sobre os novos prazos do Comperj. "Se você perguntar quando entra o primeiro tem (forma como a refinaria é chamada na Petrobrás), está sendo reavaliado. Preciso saber quanto custa e quanto o que já fiz de físico. Físico e financeiro andam juntos", disse ela, também em entrevista na semana passada.

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