10° Simpósio de Educação em Itaboraí

Mais de quatro mil pessoas participaram ao 10º Simpósio de Educação
Com o tema “Diálogos sobre currículo: Reprodução ou transformação da sociedade?” a secretaria municipal de Educação e Cultura encerrou o 10º Simpósio de Educação, evento que reuniu entre os dias 08 e 10 de agosto cerca de quatro mil pessoas na Escola Municipal Professora Marly Cid Almeida de Abreu, em Nancilândia.
Dentre as principais palestras apresentadas, a professora e doutora Circe Maria Bittencourt (PUCSP/FEUSP) falou sobre “as mudanças curriculares ocorridas ao longo da história”: como surgiram, quem produz e qual a relação dos currículos com as práticas curriculares. Na ocasião foram pontuadas as principais transformações que ocorreram desde a década de 90 do século passado até hoje.
Bittencourt palestrou também sobre os primeiros currículos apresentados pelos jesuítas antes do século 19; o surgimento da figura do professor enquanto funcionário público; a criação do primeiro currículo feito pelo governo brasileiro no dia 15/10/1827; a questão do material didático e do grupo escolar, que resultou na criação das séries e no sistema de avaliação; a criação do Ministério da Educação na década de 30; o surgimento do ensino de 1º e 2º grau na década de 70; a discussão em relação ao papel do professor na elaboração dos currículos a partir dos anos 90. “O professor é fundamental no processo de formação dos currículos. Ele tem em suas mãos o poder de interferir, produzir e introduzir mudanças na estrutura curricular”, ressaltou.
O encerramento do simpósio ficou por conta da professora e doutora Viviane de Souza Mosé, que abordou o tema: “Currículo: o que é? Por que repensá-lo? Pra quê?”. Segundo Mosé, é indispensável uma reformulação curricular, com ousadia e criatividade por parte dos profissionais da área. “Professor não é o que sabe tudo, mas o que se interessa por tudo. Fazer currículo é saber quem você está formando e pra quê. Mas hoje, o nosso currículo é voltado para a disciplina e decoreba e não para a criatividade”, afirmou, acrescentando que para melhorar o conteúdo do IDEB é necessário diminuir as informações inúteis. “E para que isso aconteça a figura do profissional de educação é fundamental”, acrescentou.
Segundo o diretor da Escola Municipal Antônio Joaquim, José Bureche dos Santos, que participa há 10 anos do evento, “estamos vivendo um momento muito importante na educação das crianças de Itaboraí. Durante esses anos o ensino evolui muito e o simpósio nos oferece a oportunidade de discutir e trocar conhecimentos para que possamos melhorar cada vez mais a qualidade da rede pública educacional de nosso município,” disse o diretor.
O 10º Simpósio de Educação contagiou o público presente com as apresentações dos alunos da escola municipal Padre Hugo Montedônio Rêgo. Cerca de 30 alunos que compõe o Projeto Identidade (Projeto Mais Educação) mostraram, através da dança e da capoeira, a importância do respeito à diversidade da cultura brasileira. O coral dos alunos da Escola Municipal Guilherme de Miranda Saraiva apresentou a dança nordestina “Xote das meninas”, em homenagem ao rei do baião Luiz Gonzaga. Ao final de cada palestra houve sorteio de brindes.